Terça-feira, 30 de Dezembro de 2003
Pela primeira vez na minha vida vou tentar escrever alguma coisa, se calhar não vai sair nada de interessante, mas mesmo assim, não há nada melhor do que tentar!
E sobre o que eu que eu vou falar, ou melhor, escrever? Bem, não eu sei muito bem, mas o melhor é mesmo deixar as ideias (as poucas ideias que eu tenho) correm à medida que eu vou escrevendo o texto.
Uma das coisas que me vem inquietando os meus pensamentos já ao longo de um anos, uma coisinha talvez insignificante mas que me tem feito muita confusão: oiço falar de direitos humanos por tudo quanto é lado, ouve-se falar de liberdade de pensamento e afins, hoje ouve-se falar de Iraque e a dita invasão americana, de Cuba e as suas últimas execuções, mas nunca se houve falar do Tibete! Ou melhor houve-se falar quando uma das nossas magníficas televisões generalistas repõe o filme 7 anos no Tibete (geralmente é o único que passam, provavelmente por o actor principal ser o Brad Pit).
Eu não tenho legitimidade para falar de direitos humanos relativamente àquela zona do nosso globo, por uma simples razão a cultura asiática tem uma forma diferente de ver essa coisa que a que nós os ocidentais chamamos de Direitos Humanos ou Direitos do Homem e só por isso não posso falar de tal coisa. Mas contudo posso falar de outra coisa, Tibete foi algures no pós II Guerra Mundial invadido pela República Popular China, tendo sido o seu líder espiritual e temporal obrigado a exilar-se, e tirando esse pormenor, ao qual de arrasto o povo do Tibete ficou obrigado a aceitar um outro país, ou melhor ficou a pertencer a outro país, não por livre vontade, mas sim pela força militar. Eu pergunto-me os países ocidentais que tanto se ralaram com a invasão do Iraque (agora à dias), e com as execuções em Cuba também feitas à uns dias atrás e que no fim de contas encheram a boca de tantas palavras de mau agoiro e outras tantas pensadas mas não reproduzidas, mas no entanto do Tibete que é um pequeno país lá no cu de Judas, poder-se-ia dizer assim não ouvi ninguém falar já a um certo tempo, ou melhor eu não e lembro de ninguém falar nesse tal local, que por acaso, mas só por acaso é frio e não deve ter nada de valor (há excepção de uma cultura religiosa que foi
destruída, e à própria cultura do povo tibetano, que também não deve ser lá muito importante, pelo menos nunca ouvi ninguém falar destes fulanos!).
Também não quero vir para aqui dizer mal destes senhores e senhoras que criticaram a invasão ao Iraque pelos Americanos ou das execuções em Cuba, fizeram bem criticar e ralhar pois no meio disto tudo muitos inocentes sofreram desnecessariamente, ou melhor que não deviam ter sequer sofrido, seja pelos danos colaterais (que é um pequeno pormenor da guerra, extremamente insignificante e de pouco interesse, simplesmente estavam na hora erra no local errado) ou pelas pessoas que ao longo dos anos tem sido presas e se calhar executadas em Cuba por não terem a mesma opinião das chefias politicas cubanas. Concordo perfeitamente com isto tudo, os Estado Unidos da América não deviam ter invadido o Iraque, nem o povo Cubano devia estar há tanto tempo sob a chefia da mesma pessoa, há é verdade, também o povo cubano não devia estar há tanto tempo sob embargo (por acaso feito pelos americanos, outro pormenor insignificante) não se compreende porquê nem para quê!!!
Mas contínuo a perguntar-me e o Tibete, faz-me imensa impressão e confusão à minha cabecinha, que até já nem tem assim muito cabelo, porque é que ninguém fala nesse pequeno país que fica lá não sei aonde, mas que ficava perto da China e pelos vistos agora até pertence à China e ninguém se rala lá muito com isso. Mas porquê? Quer dizer, não tem lá nada de valor que interesse às culturas ocidentais, ditas civilizadas e defensoras da Declaração Universal dos Direitos do Homem e que por acaso apregoam por aí o direito à auto-determinação de um povo (seja lá ele qual for e desde que estes defensores possam ganhar alguma coisa com isto defende-se qualquer coisa, nem que seja protagonismo!).
E no meio disto tudo contínuo na mesma, e o Tibete?